Antes de mais nada, preciso me apresentar e apresentar o tema que iremos abordar por aqui nos próximos meses. Meu nome é Renata Dal Molin, sou engenheira civil e engenheira de segurança do trabalho pela Fundação Assis Gurgacz (FAG). Sou especializada em Engenharia Contra Incêndio pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), tenho 27 anos e trabalho com projetos de prevenção contra a incêndio há mais de nove anos em Cascavel.
Por aqui, falaremos sobre a importância da prevenção contra incêndio. Em nossa região o assunto é relativamente novo, pouco discutido. Mas, em termos de Brasil, vem desde a década de 1970, com os incêndios dos edifícios Joelma e Andraus, em São Paulo. Foram incêndios de grandes proporções provocados por curto-circuito.
Os dois episódios fizeram muitas vítimas. No Edifício Andraus, 16 pessoas morreram e 320 ficaram feridas. Grande parte foi resgatada do heliponto. Já no Edifício Joelma o incêndio resultou em 187 mortes e deixou mais de 300 feridos. Sabendo do salvamento do Andraus, as pessoas tentaram subir até o heliponto, porém a fumaça já havia tomado conta e nenhum helicóptero conseguiu chegar. No desespero, muitos morreram saltando do prédio.
Esses acontecimentos impactaram o Brasil, mas não foram suficientes para criar medidas efetivas. Aqui, no Paraná, nossa primeira legislação é de 1978 com apenas oito páginas. Houve algumas atualizações marcantes nesse período, e somente em 2001 tivemos, de fato, uma norma, porém ainda ínfima diante do problema.
O grande reconhecimento nesta área aconteceu em 2013, com o incêndio na Boate Kiss, onde muitos começaram de fato a levar a sério e ver a importância do assunto, dessas normas e do trabalho da corporação do Corpo de Bombeiros.
A prevenção contra incêndio serve para proteger as edificações e proteger a população de grandes tragédias. Sabendo do histórico trágico que temos no Brasil, essa área vem ganhando força a fim de evitar que pequenos princípios de incêndios se tornem grandes tragédias.
Esse movimento também depende de nós, pois uma boa prevenção se faz desde o cuidado com a manutenção das placas de sinalização, ao custo de R$ 20 cada, até a instalação de grandes sistemas que passam de 1 milhão de reais. Nessa coluna, o meu objetivo é levar esse conhecimento até você, para que cada vez mais esse assunto seja levado a sério.